30/05/2009
SEGURANÇA
Já há algum tempo que ando para escrever sobre um assunto que nos preocupa a todos, a SEGURANÇA. Dificil será não nos apercebermos do crescente número de ciclistas entusiastas que cada vez mais enchem as ruas, estradas e trilhos do nosso País. As lojas da especialidade florescem como cogumelos e termos como Fox, Sram, Avid, mavic, etc são cada vez mais pronunciados em qualquer núcelo de conversa. O Sector feminino está em alta e elas tendem a apaixonar-se por este desporto de uma forma bastante sólida. Tudo isto é muito bom e agradável quer para as pessoas quer para o ambiente. Mas, assim com existem muitos ciclistas ou cicloturistas também existem muitos muitos muitos automobilistas, e muitos destes não estão preparados, mentalizados ou sensibilizados para este crescente número de pessoas que adoptam a bicicleta como meio de transporte ou de lazer. Para muitos a bicicleta não passa de um empecilho na estrada, da mesma forma que encaram um camião, um ciclomotor de 4 rodas, ou mesmo um veículo tractor. Esta forma de encarar a bicicleta permite por vezes que alguns excessos ou actos de falta de civismo aconteçam na estrada. Eu que o diga!!! Quantas vezes já não fui surpreendido por veículos que em sentido oposto ultrapassam outras viaturas vendo-me eu obrigado a enconstar para a berma para não ser "placado"!!! Claro que isto exige uma atenção redobrada do ciclista que enquanto pedala em estrada tem de ir muito muito concentrado em tudo à sua volta. Mas não é só encostar para a berma, lembremo-nos que em muitas estradas de Portugal a berma é uma vala de cimento por onde circulam as aguas de drenagem da estrada. Basta entrar ali uma roda para que uma queda seja o resultado mais óbvio. Ainda na semana passada, um Opel Corsa branco ultrapassou o carro que vinha à sua frente e certamente a mais de 80Km/hora, que ao passar por mim, que mais uma vez mais uma vez me obrigou a encostar ao máximo à dita vala de drenagem. Restou-me apenas gesticular para que o condutor tenha em conta para a próxima ultrapassagem que para além de não virem carros em sentido contrário, é possível que venha um qualquer ciclista menos atento ou menos experiente. São muitas a vezes que esta situação me acontece e certamente também não vos será alheia. Porque será que existe a ideia de que uma estrada serva apenas para CARROS??? Nem para camiões, nem para motas, nem para tractores........nem para BICICLETAS!!!!!!
Já agora, se para ultrapassar outra viatura um carro passa para a outra faixa, porque será que para ultrapassar uma bicicelta se faz uma tangente à mesma, mesmo não vindo nenhum veiculo em sentido contrário!!!!
Esta é a primeira parte do artigo em relação á segurança, para a semana publicarei a segunda parte dedicada à vertente do BTT.
Gostava de saber a vossa opinião!!!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
7 comentários:
Amigo Gomes! Tens toda a razão; ainda não há muito tempo (na recta entre as Colónias e o cruzamento Sra do Castelo), numa situação muito parecida á descrita numa ultrapassagem, um carro fez-me uma tangente passando a uns 30-40 cm de mim em que eu fiquei petrificado e com as pernas a tremer por vários km.
Abraço, Rui Ferreira
Gomes... aqui o respeito tb não existe na relação carro-bike. Interessante que para cima, carro-caminhão-carreta-ônibus, os carros são tão educados!!! Nunca vi um carro (inteiro!) disputando espaço com um 18-rodas!...mas, bem, a única coisa que vai resolver é muita, muita bicicleta na rua, e todas obedecendo as leis de trânsito. Quando a nossa quantidade for grande, será uma questão de números: um motorista, dúzias de ciclistas... Ou ele respeita, ou dança!
Este é um tema da maior importância e era bom que fosse alvo de uma reflexão profunda por parte de todos os utentes das estradas e dos trilhos.
Na verdade, fui muitos anos motociclista, ando de bicicleta desde a infância, fiz triatlo e BTT e sempre senti este problema. Por razões profissionais faço dezenas de milhares de quilómetros de carro por todo o país em cada ano e vejo muitas situações preocupantes.
É de primordial importância que as organizações de ciclistas, este blog é um óptimo exemplo, faça com que as pessoas pensem neste assunto, por um lado para se protegerem, por outro lado para não fazerem aquilo que criticam aos outros quando estão do outro lado.
Infelizmente, trata-se de um problema de educação em que posições corporativistas não ajudam nada, a culpa está em cada um de nós. Também gosto de orientação e corridas de aventura que têm uma grande componente de caminhada e olhem que infelizmente tenho malta de bicicleta a passar por mim a fundo, a escassos centímetro do meu cotovelo e ainda reclamam por estarmos a ocupar os trilhos ou a berma!!!
Muitas bicicletas é bom de ver, tenho esperança que no futuro o nosso país possa ser um bocadinho como a Holanda mas ainda temos uma série de bloqueios de mentalidade a vencer. De qualquer forma não resolverá o problema, vejam a Expo onde atropelamentos de peões e choques entre bicicletas é coisa comum!
Para o tema BTT, não esqueçam de abordar a questão dos caçadores, tenho tido mais problemas com eles do que com os automobilistas.
A. Sousa
Era exacatmente a este ponto que queria que chegasse o assunto. Então e o comportamento dos ciclistas??? A. sousa fez muito bem em focar este ponto. As ciclovias têm crescido por esse País fora e, nestas por vezes confunde-se o propósito das mesmas. Tais vias destinam-se a todo o tipo de praticantes mas o mais comum será encontrar-mos uma família que pretende fazer um treino sem grandes euforias ou mesmo ensinar uma criança a dar as primeiras pedaladas e encontar o equilíbrio em cima da bicicleta. Quando eu digo que por vezes confunde-se o propósito das mesmas é porque há pessoal que circula a velocidades muito acima do aconselhado e muito longe daquilo que seria prudente para este tipo de vias. Resultado: Acidentes, confusões, sustos, enfim....muito mais. Vamos ponderar e tomar consciência de que o espaço público é de todos! Gostava de ler mais opiniões!!!
Zé,
Mais uma vez levantas o veu num tema muito actual e importante. Também tenho vivido algumas situações, mas também é verdade que muitos dos automobilistas inconscientes, também são ciclistas. Lamentavelmente a falta de civismo no carro também é aplicado na bicla. Acho que é com reportagens como esta que alertas para atitudes menos próprias e que seguramente vai fazer pensar um pouco aos que tenham vontade de o fazer.
Grande abraço.
Tanto comrentário.... Estou no Azuribike????
;)
Sim senhor, assim dá gosto, não é virem para aqui apenas para ver as meninas que ele aqui publica!!!!
Vamos lá falar então do tema....
Ciclovias... Amigos, no nosso país servem apenas para o pessoal de domingo (sem ofensa atenção) andar, pelo menos aqui na minha zona, porque as que conheço (vou tirar umas fotos para as por aqui se quiseres Gomes) têm paragens de autocarro a meio, aqueles enormes baldes do lixo.... Mas quem agradeceu foram os automobilistas que com a construção delas, ficam com mais espaço para estacionamento! ;)
Conheço vários países da Europa, e não vou falar dos melhores, no que toca ao civismo, Holanda e Inglaterra, mas se aquele mesmo carro que te ultrapassou Gomes, se estivesse aqui ao lado, em Espanha, para além de respeitar AO MÁXIMO o limite de velocidade nas localidades, era capaz de esperar que acabasse a linha contínua para te poder passar! É triste que, falando de bikes, o veículo que menos polui, saúde, lazer, bem estar, menos trânsito.... Comportamneto dos ciclistas!!!! Ora, sendo nós uma MUITI PEQUENA MINORIA, como podemos falar disso? Sei que anda malta por aí fora que exagera, principalmente ao fim de semana, mas possa, estamos a falar de bicicletas amigos!!! Entendem a minha ideia??? Como podemos pedir respeito por nós num país onde APENAS ESTE ANO (ou fins de 2008, naõ me recordo bem)se começou a dar prioridade aos ciclistas que circulam nas rotundas? Imeginem se muitos condutores tivessem conhecimento disto. Amigos, modéstia á parte, ando de bike todos os dias, é o meu meio de transporte acima de tudo, vou todos os dias de Ermesinde para Matosinhos em cima dela (vá, da bike meninos), e no final do dia, quando saio cedo, aí sim, treino! E reparem.... Há uma pequena descida aqui perto de minha casa, se eu sair de casa ás 7h, tenho que ir na berma a "lamber" todos aqueles buracos, se sair mais cedo 10 minutos, ja a posso fazer no mei sem me preocupar se vem alguém. É verdade. O que quero dizer com isto.... De manhã o stress matinal e de tarde a pressa para ir para casa! E mais, mesmo a chover, deve ser chato andar dentro de um carro, qurntinho e seco, enquanto o pobre do Frinxas vai ali á chuva (porque quer é certo), e ninguém á capaz de facilitar num cruzamento por ex. Só por aqui se vê amigos.... A Holanda tem umas infraestroturas para bikes soberbas, mas no que toca a respeito na estrada, amigos, um dia que conheçam os ingleses...!!!! Só visto!
Aqui, por exemplo, em Portalegre (já sei Gomes, ali há de tudo um pouco LLLOOOLLL), a maior concentração de ciclistas da nova geração, são os maiores a andar de bike, mesmo pessoas excelentes, mas eu, há dois anos, estou a "ligar o meu pisca da bike" para virar á esquerda e quase que uma carrinha me lambeu o braço! Por incrivel que pareça, essa carrinha tinha 3 bikes em cima com o dorsal do evento, e o p*n*leiro todo f*d*do para querer passar a mais á frente... O semáforo vermelho! É o nosso país amigo! Acima de tudo mudar as mentalidades!!!!!
Aqui há uns dias, a minha sogra (58 anos), lembrou-se de dar uma volta ao quarteirão de bicicleta. Ó DONA MANUELA (diziam algumas) DEIXE-SE DISSO, JÁ É VELHA PARA ANDAR NISSO, ATÉ LHE PARECE MAL! Em Itália, uma grande sra que conheço, com quase 65 anos, vai ao mercado todos os dias de bike buscar as coisas, e falo nela, porque á porta do mercado não faltam lá bikes com cestos paradas!
Bem, Gomes, desculpa lá este testamento!!!!! E olha.... Estas no caminho certo. ;)
Forte abrassoum a tôdus
Caro Gomes
A questão da segurança em bicicleta, como noutras disciplinas da vida humana, é complexa. Não se pode afirmar que o problema é de Isto e se Isto for resolvido os problemas acabam.
Serve esta introdução para referir que um dos problemas de segurança reside na mentalidade da maioria das pessoas em Portugal. A começar pelos autarcas. Poucos consideram a bicicleta como aquilo que é, um veículo; pelo contrário, quase todos consideram a bicicleta um brinquedo. Mesmo alguns dos utilizadores de bicicleta! (aqueles que eu designo como ciclistas de fim-de-semana) Por isso é que muitos fazem as asneiras que fazem. (Mas, se considerares o caso com mais atenção, verificas que o mesmo se passa com alguns utilizadores de carro)
Constroem-se parques de recreio para patins e "skates" e afins, para manter a juventude ocupada com actividades saudáveis e as "ciclovias" são construídas com o mesmo espírito. Por isso se faz vias pedonais e se coloca por lá um sinal para peões e bicicletas "em simultâneo", afirmando ser uma ciclovia. Ora a bicicleta é um veículo (e rápido) e os veículos não se podem ou não se deviam misturar com os peões. E uma ciclovia é um percurso exclusivo para bicicletas, tal como as vias rápidas o são para carros. Porque razão se aceita que os peões estão banidos das vias rápidas e não se tem o mesmo critério nas ciclovias?
Repara que grande parte dos conflitos entre peões e ciclistas (e mesmo só entre ciclistas) resulta do facto dos peões não terem sentido de marcha. Vão da direita para a esquerda sem qualquer critério, param de repente, dão meia volta, andam às arrecuas... Mas o ciclista tem de ter esse sentido de marcha; conduzes um veículo e tens de ter a garantia que não entras em rota de colisão com outro ciclista vindo em sentido contrário. Como é isso garantido? Circulas pela tua direita e se o outro também circular pela direita dele nunca colidirão. O mesmo é válido para as ultrapassagens. Só a podes fazer em segurança se o outro for sempre pela direita. (tal qual como uma pessoa num carro a cruzar-se com outra ou a ultrapassar outra noutro carro)
Por estes motivos é que a teoria do espaço público e da velocidade aconselhada tem de ser pensada em relação ao espaço que estamos a considerar. Uma ciclovia não é local de peões e os ciclistas devem circular por lá respeitando o Código da Estrada. Dá o nome que quiseres a esse espaço em que dás o exemplo da família, menos o de ciclovia. Isso não é uma ciclovia.
É claro que este tipo de mentalidade não desaparece quando uma destas pessoas passa a conduzir carro. Bicicleta é um brinquedo e os brinquedos não andam na estrada. Por isso é que episódios como o que tu referes (o Opel Corsa branco) acontecem com tanta frequência. E aqueles que te ultrapassam e viram logo à direita, quando tu circulas a mais de 40 Km/h? É perfeitamente normal, pois para esse tipo de pessoas é impossível alguém circular a essa velocidade montado naquele brinquedo que eles têm tanta dificuldade em por em movimento...
Resumindo: a questão da segurança em bicicleta não se esgota nisto, mas será dado um passo importante na sua resolução quando, um dia, a bicicleta for por todos considerada um veículo; quando o Código da Estrada der a primazia a esse veículo; quando todos circularem de bicicleta, nas cidades e vilas, na estrada e não no espaço do peão (e quando os peões não encontrarem carros em cima dos passeios); quando se fizerem ciclovias a ligar as principais localidades, tal como as vias rápidas automóveis as ligam. Chama-me utópico...
Boas pedaladas.
Enviar um comentário