JORNALISTA E ANTIGO DIRETOR DA VOLTA A PORTUGAL
O jornalista e antigo diretor da Volta a Portugal em bicicleta Serafim Ferreira faleceu na madrugada desta terça-feira, vítima de cancro, anunciou a Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC).
O ciclismo, o jornalismo, o desporto em geral e a sociedade perderam ontem um homem de valor acrescentado: morreu, aos 68 anos, Serafim Ferreira, o senhor ciclismo.
Para os que privaram com ele e conheceram mais ao perto o seu trabalho e o seu carácter, uma pessoa extraordinária pela forma como elevava as funções, missões e responsabilidades a um plano de exigência raro, e do qual, em particular, o ciclismo muito beneficiou, atingindo, com Serafim Ferreira na direcção da "máquina JN", um nível que aproximou Portugal dos grandes berços desta expressiva e popular modalidade, como Espanha, França, Itália, Bélgica ou Holanda, a quem nos colámos na escala UCI durante os anos dourados do 'baixinho' à frente das provas principais, a que conferiu uma dimensão única, provavelmente.
Jornalista da velha e ilustre escola portuense do JN, Serafim Ferreira não resistiu à doença e deixa um legado forte e uma imagem que, felizmente, foi reconhecida em vida. A sua marca no seu território predilecto, o ciclismo, mas a sua marca, também, no jornalismo, onde cresceu e se distinguiu, no JN, a casa de sempre. O desporto como traço de união de uma vida intensa e profícua, não sendo estranho, assim, que tenha avançado, em meados dos anos 80, para um aliciante projecto em que poucos acreditariam à primeira vista: a criação de um jornal desportivo diário, mais de uma década antes de toda a imprensa da especialidade se render à evidência do desporto enquanto fenómeno de incontornável cobertura permanente: foi o primeiro director do jornal 'O Jogo', diário que conheceu a luz em 22 de Fevereiro de 1985 e é hoje uma sólida instituição.
Mas Serafim Ferreira correu sempre muito mais pelo ciclismo. Foi quando voltou ao JN para liderar o 'Sport Notícias', no início dos anos 90, que a modalidade atingiu a maior expressão. Idealizou, projectou e dirigiu as principais corridas velocipédicas durante uma década, sendo reconhecido com elementar justiça o cérebro e o rosto do desenvolvimento e projecção que a modalidade conquistou.
O “grande chefe” deixa-nos num luto muito pesado. O seu funeral realiza-se às 14.30 horas, na Igreja Nova do Candal, em V.N. Gaia. 07:33 - 28-04-2010
NOtícia Jornal "A Bola"
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